segunda-feira, 25 de abril de 2011

Pequenos contos reais envolvendo comidas ou comensalidade... (5)

Nova York, 2004. Ainda enquanto estagiava na pâtisserie à la francesa...

A pâtisserie possuía sua própria empresa de catering onde fazíamos eventos corporativos, residenciais e institucionais. Geralmente dispunhamos de uma cozinha com geladeira no local do evento, ou um espaço em que pudéssemos armar as bancadas de trabalho.

Trabalhava diretamente com Agilson, brasileiro e chef do catering. O contato com os clientes e organização dos eventos, ficava por conta do maître – vamos chamá-lo de Jean – um francês gordo, meio metido a besta e com um péssimo gosto para se vestir...

Um dos maiores e mais importantes eventos que participei, foi na Dior.

Passamos a manhã inteira na cozinha do catering produzindo os finger-foods para servir; guardamos tudo devidamente embalado em compartimentos térmicos especiais para transporte. Tudo seguindo os melhores padrões de higiene e segurança.

Chegamos à Dior e ficamos à espera de instruções onde deveríamos nos instalar para iniciar o serviço. Estava empolgada! Participando de um evento na Dior de Nova York! Luxo e riqueza! Já estava imaginando que, ao final do evento – depois de realizado com sucesso – tiraria uma foto com Agilson em frente à Dior, que ficaria para a posteridade!

Só que... não havia o espaço para trabalhar!! Jean havia se empolgado tanto tratando de outras pompas, que simplesmente esquecera de verificar se haveria um local para trabalharmos! No fim, o único lugar que nos restou foi a escada de emergência!...

Agilson, já descrente da competência do organizador, estava possesso e com toda razão!
Mas o que que eu posso fazer?!?’, perguntava Jean a ele, como que querendo se isentar da responsabilidade.
Je ne sais pas! Je suis le cuisinier!!’ Agilson começou um bate-boca com Jean, em francês mesmo. Os ânimos por lá não melhoraram ao longo do dia e trabalhamos no maior climão…

O esperado glamour de trabalhar em um evento na Dior de Nova York, foi por água abaixo... Depois de todo o cuidado que tivemos na produção e armazenamento dos alimentos, fomos parar num nível de higiene e segurança que deixou à desejar. Trabalhando na escada de emergência do edifício, em uma situação que sugere o próprio nome da escada...

Um luxo só – Hmpf! E a foto em frente à Dior, já era...


 

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Pequenos contos reais envolvendo comidas ou comensalidade... (4)

Bahia, 2005. Algumas pessoas só precisam de um chega pra lá para saber seu lugar, quando não conseguem discernir a diferença entre ser amigo e ser colega de trabalho.

Foi algo assim... uma amiga estava trabalhando como garçonete em um restaurante. Vamos chamá-la de Juliana – para não revelar sua verdadeira identidade.

Durante o expediente em um dia como outro qualquer, um de seus colegas de trabalho pediu um favorzinho...

Juju, você leva este suco pra mim naquela mesa?

Ela, perplexa com o grau de intimidade que seu colega havia tomado, virou pra ele e, de queixo levantado, respondeu:

Meu nome é Juliana! Juli, se você for muito íntimo meu. Juju só se você estiver por cima de mim e eu com a perna aberta!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Pequenos contos reais envolvendo comidas ou comensalidade... (3)

Nova York, 2004. Estagiava numa pâtisserie à la francesa, toda uh-lalá.
Não havia filtro de água para os funcionários, então perguntei aos rapazes que trabalhavam comigo, como eu faria para matar minha sede. Sugeriram que eu pegasse água da torneira mesmo... só que a água da torneira saía branca e turva!
Havia uma máquina de gelo para servir as bebidas dos clientes, que era de água potável e achei que merecia o mesmo tratamento. Criei o hábito de encher um copo com gelo até a boca e, em 2 minutos no microondas, tinha água potável e gelada para beber!



sábado, 2 de abril de 2011

Devaneios Enquanto Tomo Café-da-Manhã

Hoje no café-da-manhã: pão de queijo mineiro! Mas se eu estou em São Paulo e os ingredientes são paulistas, o pão de queijo continua sendo mineiro? Quem fez era lá de Minas, uai! Pãozin de queij. Ou melhor, foi um pão de queijo feito a quatro mãos, duas mineiras, duas paulistas; seria politicamente correto chamar de pão de queijo do “café com leite”.

E o café com leite? O pó de café e o leite são paulistas, mas a cafeteira é italiana. A embalagem do leite tem origem sueca e a caneca é feita na China... mas isto não vêm ao caso. Melhor só curtir o café italiano com leite paulista e beliscar o pão de queijo mineiro caseiro feito à 2MG + 2SP = 4 mãos. Fresquin, fresquin! NHAM NHAM!

Hoje, no café-da-manhã.